Os desafios da Inteligência Artificial na Avaliação de Talento
São já vários os setores de atividade, que contam com a otimização e automatização de processos com base em Inteligência Artificial, e os Recursos Humanos não fogem à regra, principalmente quando falamos em avaliação de talento.
Com a evolução tecnológica e o consequente aumento da capacidade de analisar dados, cada vez mais em tempo real, a emergência de ferramentas de Big Data, Data Mining, Análise Preditiva e Inteligência Artificial vieram possibilitar uma maior automatização de processos que de outra forma iriam requerer intervenção humana.
No que concerne à Inteligência Artificial, é crescente a controvérsia acerca da sua utilização no dia-a-dia. No qual, um dos exemplos mais flagrantes, talvez seja, o da condução autónoma, na qual a tomada de decisão, tende a ser cada vez mais retirada ao ser humano, levantando na comunidade científica, uma série de questões éticas e jurídicas sobre a responsabilidade em caso de acidente. Exemplo disso foi o que aconteceu nos EUA, mais concretamente no Arizona, onde há cerca de um ano atrás, uma mulher foi mortalmente atropelada por um veículo de testes da Uber.
Black Box vs Glass Box na Avaliação de Talento
Não obstante as controvérsias, o que é certo, é que a utilização da Inteligência Artificial tem vindo gradualmente a tomar o seu lugar dentro dos Recursos Humanos.
No que concerne à avaliação de talento, é cada vez mais crescente o interesse em utilizar ferramentas ou aplicações com Inteligência Artificial, como é exemplo os Situational Judgement Tests (SJT) ou o VidAssess da cut-e, nos seus processos de recrutamento, para a avaliação de talento, com vista a melhorar o desempenho na função e uma melhor adequação à empresa, evitando assim descartar potencial talento.
Não obstante, apesar do uso cada vez mais alargado, há ainda muita resistência, principalmente por parte dos candidatos, a este tipo de soluções, especialmente quando não é claro como estes processos funcionam e que passos foram dados para assegurar que é justo.
Segundo um estudo da AON: “esta black box approach à Inteligência Artificial pode levar os candidatos a reagir desfavoravelmente tanto à própria IA quanto às organizações que dependem dela. Podendo esta reação ter um impacto negativo na imagem da empresa, mesmo entre os candidatos que foram selecionados”.
As empresas que querem manter a utilização da Inteligência Artificial nos processos de avaliação do talento, devem portanto ter uma glass box approach, ou seja, deverão procurar ser o mais transparentes possível, em relação a como o processo é conduzido e quais os critérios de seleção utilizados.
O mesmo estudo da AON refere que: “Candidatos que já estão familiarizados com a Inteligência Artificial confiam tanto na decisão da IA como de uma decisão Humana.”
A necessidade de educação é particularmente crítica, face à questão da utilização dos dados dos candidatos pelas empresas, na Europa, no âmbito das estratégias automatizadas de tomada de decisão.
Os complexos algoritmos utilizados na Inteligência Artificial tornam as decisões relacionadas à seleção e avaliação do talento difíceis de justificar. Sendo portanto essencial que os candidatos tenham o máximo de informação possível em relação ao uso da Inteligência Artificial nos processos de recrutamento, de modo a serem mais favoráveis à sua utilização.
Uma Glass Box Approach na Inteligência Artificial
A Inteligência Artificial tem por base a imitação ou simulação do processo de pensamento humano, o que levanta vários obstáculos, principalmente quando vários investigadores de economia comportamental referem que esse processo é muitas vezes inexplicável e irracional.
A solução passa por uma maior interação humana com o algoritmo, bem como, pela análise dos dados introduzidos e dos resultados do algoritmo, a fim de deduzir o processo de tomada de decisão. Uma vez que o processo seja claro para os developers, este pode ser ajustado para refletir a ética humana.
Em suma, uma glass box approach, em que todos os stakeholders entendem o que está a ser medido e como essas medidas estão a ser usadas na avaliação de talento, tem como resultado, uma diminuição dos riscos legais e regulamentares, bem como, uma redução da ansiedade dos candidatos, em relação ao processo de avaliação.
O uso da Inteligência artificial pela Procter & Gamble, um caso de sucesso!
Um dos exemplos do uso da Inteligência Artificial na Avaliação do Talento é o caso da Procter & Gamble, a qual, através da bateria de testes Smartpredict da cut-e AON Assessment, conseguiu melhorar em 93% a experiência dos candidatos durante a avaliação.
Tal foi possível através da tecnologia de Inteligência Artificial da cut-e, a qual cria uma experiência customizada, no qual a dificuldade é ajustada dinamicamente de acordo com a performance dos candidatos. O que permite uma melhor avaliação e experiência dos candidatos.