Employer Branding na era da IA: porque GEO e SEO não são rivais

A história da internet tem ciclos em que novas tecnologias ameaçam tornar as anteriores obsoletas. No final dos anos 90, alguns acreditaram que os diretórios online iriam substituir os motores de busca. Mais tarde, previu-se que as redes sociais tornariam irrelevante a pesquisa orgânica. Hoje, o debate renova-se: será que o Generative Engine Optimization (GEO) vai “matar” o Search Engine Optimization (SEO)?

O artigo da New York MagazineSEO is Dead. Say Hello to GEO — defende que sim. O argumento é direto: à medida que os utilizadores optam por colocar perguntas a agentes de IA como ChatGPT ou Gemini, os resultados em formato de lista perdem relevância. Nesta visão, as marcas deveriam deslocar o investimento quase por completo para o GEO, optimizando a forma como são citadas e descritas pelas IAs.

Mas a realidade mostra-se mais complexa. Segundo a Search Engine Land, apenas cerca de 3 % do tráfego atual provém de agentes de IA, e quase metade dos utilizadores ainda clica em resultados tradicionais para obter mais detalhe (Search Engine Land). Em paralelo, estudos académicos recentes sublinham que as estratégias de Answer Engine Optimization (AEO) e GEO devem complementar, e não substituir, o SEO tradicional (arXiv).

O que muda com o GEO 

O GEO responde a uma nova realidade: a informação já não é apenas encontrada — é reconstruída por um modelo de IA que decide que factos incluir, de que forma e com que tom. Isso exige que as empresas garantam que as fontes que descrevem a sua marca estejam corretas, atualizadas e consistentes.

No entanto, essa curadoria não substitui o papel do SEO. Tal como uma vitrine bem iluminada continua a atrair quem passa na rua, mesmo numa era em que as pessoas também fazem compras online, o SEO mantém o seu valor para quem prefere explorar informação de forma autónoma e aprofundada.

O impacto no Employer Branding

No campo do Employer Branding, o risco de apostar tudo no GEO é claro: nem todos os candidatos usam IA para pesquisar potenciais empregadores. Muitos ainda digitam “trabalhar na empresa X” ou “benefícios da empresa Y” num motor de busca. Se a empresa não estiver optimizada para esses resultados, perde oportunidades de contacto direto.

Por outro lado, ignorar o GEO é igualmente arriscado. Uma IA que responda “a empresa X tem má reputação no Glassdoor” ou “não há informação disponível sobre a cultura interna” pode afastar candidatos antes mesmo de chegarem ao site corporativo.

Uma abordagem integrada

O futuro da visibilidade online no Employer Branding será híbrido:

Essa integração exige mais do que palavras-chave: requer gestão ativa de reputação, atualização constante dos canais institucionais e monitorização regular do que as IAs estão a dizer sobre a marca.

Conclusão

O GEO não é o fim do SEO — é um novo capítulo que expande o campo de jogo. No Employer Branding, quem compreender esta complementaridade terá vantagem dupla: será encontrado por quem pesquisa nos moldes tradicionais e será bem representado nas respostas sintetizadas por IA.

Ignorar um dos lados desta equação é como jogar com metade da equipa em campo. No jogo pela atração e retenção de talento, isso é um risco que poucas empresas podem correr.

Este artigo não foi escrito com recurso à IA, sendo o mesmo da responsabilidade do seu autor.

Sobre o Autor

Miguel Luís

Marketing & Employer Branding Director @The Key Talent

Fundador da Comunidade Employer Branding Portugal

Com mais de 20 anos de experiência profissional nas áreas de Gestão de Pessoas (Recursos Humanos) e Marketing/Comunicação, sou o que gosto de designar de Ma(RH)keter.

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