Algo está a mudar no Assessment

Se há um processo nos Recursos Humanos que mudou radicalmente nos últimos dois anos, tem sido o Assessment Center. A mudança é comparável à que vivemos no início da década de dois mil, com o aparecimento da aprendizagem online e blended.

O Assessment Center é a chave para mapear o talento de uma empresa e quase todas as grandes empresas contam com programas periódicos que lhes permitem analisar competências, aptidões, interesses e conhecimentos de pessoas chave na organização. Esta informação é extremamente útil para a identificação de talentos escondidos e para a tomada de decisões baseadas em dados na gestão de talento, programas de formação e desenvolvimento, promoção ou reestruturação.

Tradicionalmente, tem sido um processo complexo, tanto do ponto de vista logístico como operacional. Quando pensamos num Assessment Center, surge a ideia da aplicação de diferentes exercícios, geralmente em formato presencial em salas de empresas ou hotéis. Aqueles que já organizaram ou estiveram envolvidos num Assessment Center lembrar-se-ão certamente de sessões exaustivas de várias horas a realizar diferentes avaliações. Além disso, é geralmente um processo caro e reservado a poucos, e isto é uma desvantagem na procura desse talento interno e faz com que o Mapa de Talento esteja incompleto.

Os departamentos de RH querem ter um quadro abrangente do talento da organização e democratizar a avaliação, levando os benefícios deste processo a todos os níveis da organização. Esta necessidade levou a duas mudanças fundamentais no processo de assessment.

  1. Digitalizar o processo de assessment: Existem cada vez mais plataformas tecnológicas que permitem realizar processos de assessment completamente digitais e remotos. Isto significa que técnicas tais como as provas do tipo teste, business case, role plays ou entrevistas podem ser realizadas online, quebrando a dependência do espaço físico e facilitando a logística. Além disso, quando um processo é digitalizado, também é otimizado. Plataformas digitais como o Panorama permitem a geração de relatórios automáticos em tempo real para os RH e para o participante. Isto quebra a dependência temporal, o tempo, por vezes semanas, até se obterem relatórios consolidando os resultados de cada técnica. Mas provavelmente a mudança mais radical é que estas plataformas tornam possível reduzir os custos do Assessment Center e viabilizar a sua aplicação a todos os níveis de uma empresa.

 

  1. Experiência do colaborador: Honestamente, até há alguns anos atrás, não existia preocupação com a experiência do colaborador num Assessment Center. A escolha dos testes a aplicar tinha critérios exclusivamente técnicos, se eram demasiado longos ou pesados contava pouco ou nada. Contudo, a importância da experiência do colaborador ao longo de todo o percurso dentro da empresa impacta em todos os processos de gestão de pessoas e, claro, também o Assessment Center. Obviamente, melhorar a experiência do colaborador não deve de forma alguma diminuir a qualidade técnica do processo, mas deve acrescentar uma camada de design e experiência do utilizador que o torne dinâmico e atrativo. Estamos a falar de incorporar ferramentas gamificadas e gerar uma experiência fluida para o colaborador ao longo de todo o processo. Não é só o resultado que importa, mas também a experiência durante o processo.

 

Tal como na formação, acredito que estamos a viver e veremos ainda mais claramente uma transformação na forma como o Assessment é feito. Uma forma mais digital, atraente e acima de tudo, da qual todas as camadas da organização possa tirar partido.