A arte do storytelling: três abordagens práticas para a ativar hoje
Técnica 1: A Jornada do Herói.
Embora esta seja uma técnica que está normalmente dividida em sete atos, podemos simplificá-la perfeitamente em três:
- Ato de início: O herói embarca numa viagem para atingir um objetivo.
- Ato de iniciação: O herói enfrenta vários problemas antes do clímax da história.
- Ato de retorno: O herói supera todos os desafios e regressa depois de atingir o objetivo.
Agora, pode substituir o herói por um cliente ou pelo seu talento crítico. O cliente ou aquele melro branco que pretende contratar tem procurado um resultado em vão. Embarca numa jornada para encontrar a solução. Encontra o seu produto ou serviço, ou compreende o que é trabalhar para a sua empresa e regressa triunfante a casa. Tão simples como eficaz.
Técnica 2: A ponte entre o antes e o depois.
Intencionalmente, estamos a mostrá-la aqui como uma técnica semelhante à viagem do herói, embora seja bastante diferente. Marcamos um pouco mais essa diferença narrativa entre os dois para facilitar a compreensão:
O Antes: É uma fase descritiva de uma realidade inicial. Limita-se a revelar o estado atual das coisas. Aborda os seus problemas e desafios de uma perspetiva estática.
- O Depois: A vida nem sempre tem de ser assim. Neste caso, a relva é mais verde na casa do vizinho. O Depois contrasta a realidade em que vivemos com a realidade desejada. Demonstra os benefícios de uma mudança pela qual ansiamos. Mostra-nos tudo o que se pode ganhar; uma vida diferente a partir de uma perspetiva cor-de-rosa.
- A Ponte: Fala sobre a solução e como alguém pode ir do Antes para o Depois. Esta técnica é uma narrativa menos linear e tira partido na sua estrutura de certos truques psicológicos como a primazia e a recência (olhamos muito para o início e o fim; não tanto para o que acontece no meio). Aqui, a solução, nós, a nossa empresa, a parte que queremos vender, está no fim; é contada como o catalisador da história, como o ingrediente principal que a pode fazer acontecer.
Técnica 3: Os quatro P's (do inglês: Promise, Picture, Proof e Push).
Nesta técnica, jogamos com quatro ingredientes fundamentais aos quais temos de dar a visibilidade certa.
- A Promessa: Aqui teremos de encontrar os obstáculos e desafios que os nossos clientes ou talento crítico estão a enfrentar e prometer que somos capazes de os ajudar a resolver.
- A Imagem: Nesta fase, convidamos o nosso público a juntar-se a nós numa viagem visual. Nessa viagem, vamos pintar um futuro no qual superámos os desafios e obstáculos que tínhamos apresentado na Promessa.
- A Prova: Esta é uma das chaves para esta técnica. Ser capaz de apresentar os dados e as provas que suportam a sua promessa. São testemunhos, números, relatórios, inquéritos, resultados … qualquer elemento que valide a imagem de superação que levantámos na fase anterior.
- O Incentivo: o nosso público está pronto. Eles querem começar, mas não sabem como. Aqui vem o apelo à ação (o eterno CTA de que falamos sempre no marketing para os encorajar a dar o primeiro passo e iniciar uma viagem connosco).
Na guerra, para ser capaz de criar conteúdos de qualidade e textos convincentes, a arma definitiva é uma estrutura sólida. A escrita desorganizada impede a compreensão, desencoraja as pessoas de prosseguirem a investigação e torna difícil para qualquer um iniciar uma viagem connosco. Além disso, sem orientações estruturais claras que possamos seguir, é fácil acabar por deixar de fora a informação necessária para a sua proposta de valor ou promoção.
A persuasão não se trata de manipulação ou coerção com ameaças (esse tipo de narrativas que os nossos políticos dominam). A persuasão é uma questão de compreensão. E essa compreensão leva à aceitação quando a marca ou produto é relevante e de alta qualidade, e quando a ideia é sólida e bem orientada.