A Gamificação como uma mecânica essencial na gestão de recursos humanos

O recrutamento e a gestão de talentos tornaram-se missão essencial para as áreas de recursos humanos. Uma das nossas principais missões no âmbito do recrutamento, por exemplo, é a procura constante de processos que permitam aos candidatos encontrar cenários onde possam mostrar todo o seu potencial e competências de forma natural, divertida e dinâmica. Dessa forma, é possível ter uma visão mais ampla de como reagiriam a uma situação do dia a dia. Como em qualquer evolução, em praticamente qualquer tipo de setor, a tecnologia desempenha um papel fundamental na concretização deste objetivo. Graças à inovação neste campo foram desenvolvidas técnicas de gamificação muito interessantes que multiplicam exponencialmente as possibilidades de poder gerar este tipo de ambiente para avaliar o talento de forma mais objetiva.

Essas técnicas não são aplicadas apenas na área de recursos humanos, onde cada vez mais empresas optam por essas ferramentas nos seus processos de seleção de talentos, mas em outros setores que procuram o crescimento e o enriquecimento pessoal e profissional através da gamificação como pode ser, sem dúvida, o setor de educação. Por muito tempo, o mantra “os videogames só servem para perder tempo e provocar violência” perdeu a sua validade para dar lugar a um novo: “educar pelos jogos”.

Sempre se utilizou a gamificação, mas foi a tecnologia que permitiu o seu grande desenvolvimento. Isto significou uma impressionante mudança de paradigma no que diz respeito a observar comportamentos, naturalizar processos, desinibir, melhorar a motivação e alinhar os objetivos finais de um processo de recrutamento com situações atrativas para as pessoas que optam por um emprego.

Diversas fontes situam o início da gamificação no ambiente de negócios no final da primeira década dos anos 2000. Estudos recentes, como o realizado pela P&S Market Research, realizado em 2019, destacaram que o mercado de gamificação atingiria em 2022 uma dimensão global de volume de negócios de mais de 20 biliões de euros. Dados que, realmente, são maiores, por não levar em conta entre as suas variáveis ​​o grande impacto que a pandemia teve em centenas de milhares de empresas durante o último ano e meio, e que se viram obrigadas a se reinventar para sobreviver.

A Gamificação nos recursos humanos

Neste ponto, é necessário esclarecer para quem ainda não sabe em que consiste a gamificação. Como em qualquer termo ou conceito que teve um grande impacto em tão pouco tempo, paira sobre ele um certo halo de ignorância e relutância que deve ser resolvido para explorar plenamente as suas vantagens e funcionalidades.

 Basicamente, gamificação nos recursos humanos é a aplicação da mecânica do jogo nas relações entre a empresa e os colaboradores, entre outras finalidades, para verificar e analisar o comportamento das pessoas através de atividades mais recreativas. Desta forma, os técnicos de recrutamento conseguem que a tediosa e tradicional dinâmica de grupo; análises e estudos, sejam mais atrativos, fazendo com que os candidatos se desenvolvam de forma mais natural diante da perspetiva de ‘jogar’. 

Esse tipo de técnicas, baseadas em jogos, vão além da dinâmica com a qual os comportamentos ou decisões do sujeito avaliado podem ser estudados. Uma das tendências mais fortes é conhecida como Game Based. Esta técnica utiliza os jogos como meio de aprendizagem através deles, como quando no The Office jogavam Call of Duty no escritório, mas sem serem despedidos por isso. Desta forma, os departamentos de recursos humanos tornam os processos internos de aprendizagem e formação da empresa mais atrativos, obtendo assim uma maior predisposição por parte dos colaboradores.

A principal diferença entre Game Based Gamification reside no seguinte: O primeiro usa um jogo completo, adaptado ou não para um propósito específico (avaliação, aprendizagem, formação, etc.), portanto o conteúdo é adaptado ao jogo para que possa cumprir a sua função. Por sua vez, na Gamificação, a dinâmica, a mecânica e as regras do jogo são utilizadas num ambiente que não tem de ser necessariamente lúdico e onde, ao contrário do Game Based, as regras são aquelas que se adaptam ao conteúdo.

The Key Talent, uma empresa muito 'lúdica'

Desde o início da The Key Talent, o desenvolvimento e a criação de dinâmicas em torno da gamificação tem sido um dos nossos pilares fundamentais. Através do nosso departamento LABS e, utilizando estas técnicas, utilizamos a dinâmica dos jogos de diferentes formas.

Um deles é o Building MIA, um teste individual de múltipla escolha, com duração de cerca de 25 minutos, onde o candidato deve transmitir os seus conhecimentos a um androide para desenvolver um “gémeo digital” com as mesmas características, que será enviado ao espaço para explorar a galáxia e ajudar a sobrevivência da humanidade. O importante neste teste é que o andróide reflita, com a maior precisão possível, as capacidades digitais do candidato, garantindo assim o sucesso da missão espacial. Os resultados irão determinar o perfil digital do participante e com ele, se é ou não, o candidato ideal para ocupar a vaga.

 Com essa ferramenta, é obtido um relatório de recursos humanos no qual são resumidas as pontuações obtidas em cada competência a ser medida, bem como seus pontos fortes e áreas a serem desenvolvidas. Além disso, são sugeridas perguntas aos recrutadores para que as façam durante a entrevista e, assim, obtenham informações mais completas após a avaliação das suas competências. Esta é, sem dúvida, uma das formas mais interessantes de conhecer as competências digitais de um perfil na hora de atrair talentos.

Multiverso de talento

Outro dos caminhos mais utilizados dentro da empresa, no que diz respeito às técnicas de gamificação, é o das dinâmicas de grupo conhecidas como Multiverso. O Multiverso é uma ferramenta que estimula comportamentos observáveis ​​num ambiente de avaliação em grupo para a tomada de decisões relacionadas com os processos de Gestão de Talentos.

É uma dinâmica composta por diferentes cenários em que se colocam diferentes desafios que os participantes devem resolver em grupo. Para isso, cada um dos participantes recebe informações que lhes permitirão resolvê-lo diretamente, ou iniciar a procura de mais informações adicionais que lhes permitam chegar à resolução do problema. Este teste é muito importante, pois o avaliador medirá, não tanto se o desafio está resolvido, mas a forma como o candidato resolve os problemas apresentados. Cada membro da equipa deve ser capaz de se relacionar com o jogo, entender a tarefa, organizar-se, comunicar os seus raciocínios e conclusões, influenciar os outros e, claro, desfrutar de uma experiência única.

São dois exemplos das dinâmicas criadas na The Key Talent para, por meio delas, poder se estudar certas capacidades e características dos sujeitos avaliados. Além disso, o fato dos participantes interagirem num ambiente / cenário gamificado faz com que eles “se entreguem ao jogo”, quase esquecendo que estão a ser avaliados, permitindo que os comportamentos se manifestem de forma mais natural.

Aprendizagem com o erro

Como já destacámos em parágrafos anteriores, as técnicas de gamificação não nos permitem apenas ser um espelho no qual nos olhamos ao realizar os estudos. Eles também nos permitem dar um passo além e serem úteis como ferramentas educacionais que promovem um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Nesse sentido, estamos a trabalhar no nosso projeto Game of Diversity (GoD) juntamente com os nossos parceiros Inserver
Game of Diversity

Através do GoD damos especial ênfase à diversidade, que se tornou um dos principais objetivos a serem alcançados pelas empresas. Esta dinâmica recria situações reais em que os utilizadores podem praticar sem medo de cometer erros e que os ajuda a aprender com o ambiente por meio de técnicas de tentativa e erro.

Num cenário cada vez mais digitalizado, em que é possível medir qualquer tipo de dados e analisá-los por meio de técnicas de Big Data, a qualidade desses dados importa, e muito. Depende disso que a análise subsequente e a tomada de decisão que seja efetuada sejam corretas. Nesse sentido, investir e trabalhar neste tipo de técnicas de gamificação e no seu desenvolvimento deve ser uma prioridade no dia-a-dia das empresas. Para a The Key Talent, sempre foi o futuro e um dos principais eixos sobre os quais se deve basear a gestão do talento nas empresas. A chegada da pandemia revolucionou os processos e avançou, em muitos casos, vários anos o caminho que já está sendo trilhado hoje. Juntar-se à onda da gamificação traz benefícios que vão ajudar no sucesso de uma empresa.

 

 

Se quer saber como fazemos na The Key Talent: LABS – The Key Talent