Quais as diferenças entre Employee Engagement e Employee Experience?
Ambos são conceitos que, para a maioria de nós que trabalha em Recursos Humanos, não são novidade. Não obstante, é frequente vermos estes serem confundidos, o que levanta uma questão: o que é Employee Engagement e Employee Experience?
O Employee Engagement pode ser definido como uma abordagem ao workplace que visa a reunião das condições certas para que todos os membros de uma organização deem o seu melhor todos os dias, comprometendo-se com os valores e objetivos da empresa, e se mantenham motivados para contribuir para o sucesso da organização, com um sentido melhorado do seu próprio bem-estar.
Já o Employee Experience estende a sua abordagem ao considerar o Engagement em todos os pontos de contato ao longo do ciclo de vida do colaborador, através da perspetiva do mesmo, abrangendo o ambiente físico, tecnológico e cultural de uma empresa.
Os colaboradores olham para tudo o que acontece no trabalho como uma experiência integrada que influencia a sua vida diária dentro e fora do trabalho, incluindo, de uma forma geral, o bem-estar físico, emocional, profissional e financeiro. Em resumo, podemos considerar o employee experience como uma abordagem employee centric.
Employee Engagement e Employee Experience: os dois lados da mesma moeda.
Como referido no início deste artigo, existe ainda alguma confusão em relação a estes dois conceitos. Uma das formas mais fáceis de compreender as suas diferenças está neste exemplo:
“imaginemos que comprava um carro antigo num ferro velho e depois gastava uns bons milhares de Euros a recuperá-lo, o carro iria parecer novo e bonito, mas mantendo o mesmo motor, a sua performance permaneceria a mesma. De modo a que a performance do seu carro antigo fosse condizente com o seu aspeto, seria necessário trocar o motor”.
O mesmo acontece com o Employee Engagement: as empresas podem gastar milhares de Euros em vários programas, iniciativas e estratégias que visam a melhoria do bem-estar e adaptação à cultura da empresa, no entanto falta uma parte importante: o colaborador.
É portanto necessário ir ao encontro das expectativas e dos desejos e necessidades dos colaboradores, através do desenvolvimento de estratégias que tenham em conta o input dos mesmos e, a partir daí, aplicar essas estratégias em pontos ou aspetos que sejam considerados fulcrais por estes, de modo a criarmos uma employee experience sustentável e que realmente se repercuta por toda a organização.
Como passamos da teoria à prática?
De forma a tirarmos partido tanto do Employee Engagement como do Employee Experience, é necessário começarmos pela base, ou seja, é essencial fazer uma auditoria de marca empregadora interna e externa, que nos permita identificar quais os fatores chave valorizados tanto por empregados como candidatos.
Para isso, é importante criarmos Personas através de dados retirados de entrevistas com atuais e antigos empregados e candidatos, focus groups, surveys, análise dos processos de recrutamento e atração, mas também dados digitais, provenientes de ferramentas de Social Listening e Sentiment Analysis, que nos permitam entender como é que a marca é percebida tanto interna como externamente.
Reunidos e analisados os dados, é necessário passarmos à prática através da criação e da aplicação de um Employer Value Proposition (EVP), que reúna, por um lado, as expetativas, desejos e necessidades dos empregados e, por outro, uma estratégia de Employee engagement que vá ao encontro desses mesmos desejos e necessidades, criando assim uma Employee Experience relevante.